Em depoimento, Sargento Tamerson deturpou imagem da esposa após confessar assassinato

O 2º sargento da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, confessou que quebrou o pescoço da esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, com um golpe de mata-leão na madrugada da sexta-feira (4.fev.22). “Não queria matá-la. Eu fiz tudo por ela. [A menina] não é minha filha e eu criei como se fosse. Cheguei no meu limite”, argumentou em depoimento à Delegacia Especialista de Atendimento à Mulher (Deam) em 7 de fevereiro, 24h após o corpo de Natalin ter sido encontrado em um matagal às margens da BR-060, próximo a Campo Grande (MS).
Nesta manhã (8.fev.22), o Juiz Albino Coimbra Neto expediu a prisão preventivamente de Tamerson, que está na Base Aérea.
A criança citada acima pelo padrasto é a filha de Natalin, que tem 4 anos. Após deixar a pequena órfã, Tamerson ainda acusou a sua vítima de agressão infantil. O criminoso disse que Natalin agredia a filha fisicamente, com cinto e chinelo, deixando marcas na criança. Afirmou que tinha dó da criança, mas que não podia interferir. E acrescentou que ele “ficava cuidando dela [criança] durante as madrugadas, quando Natalin ia para a balada com as amigas”, além de dar banho, comida, colocar para dormir e levar para a escola.Nas redes ele se declarava para sua vítima. Foto: Redes sociais
O feminicida explicou que matou a esposa devido ao relacionamento “conturbado, pelo modo de como Natalin era”. Contou que convivia com a vítima há quatro anos e que as brigas entre os dois ocorriam há três anos e meio. Tudo porque a esposa “fumava, bebia muito e consumia cocaína”, disse.
O acusado argumentou que tentou se separar anteriormente, mas segundo ele: “Natalin não aceitava”. Ele também confessou que traiu Natalin um mês antes de matá-la.
E seguiu deturpando a imagem da sua vítima. Durante depoimento, Tamerson ainda disse que o casal estava frequentando um terapeuta e autorizou a polícia a ter acesso aos áudios das sessões de terapia, onde ele teria reclamado das agressões psicológicas e físicas que vinha sofrendo.
ASSASSINATO
Tamerson revelou em depoimento que chegou ao seu limite na noite do dia 4 de fevereiro. “Ela não me achava homem por não revidar e ficava dizendo: ‘Revida! Revida!’”.
Segundo o acusado, na noite de quinta (3.fev) para sexta (4.fev) a vítima chegou em casa sob efeito de álcool e entorpecentes, “totalmente transtornada”. Ele disse que Natalin “mal conseguia falar de tão embriagada”. Diante disso, o suspeito e a vítima teriam discutido e frisou: “Mais uma vez, ela avançou, lhe deu socos e começou a debochar fazendo caretas”.
Após o bate-boca inicial, segundo Tamerson, a esposa continuou agressiva e ele tentou segurá-la. “Eu não estava dando conta de segurar ela [sic] e dei um mata-leão”, justificou. Com isso, Natalin caiu desmaiada. Ele diz que, então, entrou em desespero, tentou acordá-la, mas percebeu que ela já estava morta. Na sequência, o acusado narrou que enrolou o corpo em um lençol e colocou no porta-malas do carro.
A Polícia Civil, no entanto, disse que as investigações apontam que o suspeito teria agredido a esposa até a morte, pois, ela estava com sinais de tortura e com braço e pescoço quebrado.
DESOVAMatagal onde um caseiro encontro o corpo de Natalin na manhã de 6 de fevereiro. Foto: Reprodução
A polícia disse que no dia seguinte ao assassinato, com Natalin morta no porta-malas, o suspeito levou a enteada de 4 anos para escola.
Em posse do celular de Natalin, após deixar a criança na escola, Tamerson enviou mensagens para as amigas dela – se passando pela sua vítima, para não levantar suspeitas. Depois ele deletou arquivos pessoais de Natalin do aparelho e o colocou à venda no Facebook por R$ 3 mil.
Depois disso, ele disse que foi no dia 5 de fevereiro para a rodovia procurar um lugar para desovar o corpo da mulher – as informações, porém, não batem, já que o corpo encontrado no dia 6 de fevereiro, pouco após ser desovado.
DESCOBERTA DO CRIME E PRISÃOMilitar foi preso na tarde de 7 de fevereiro e transferido para carceragem na Base Aérea de Campo Grande. Foto: Kísie Ainoã, a serviço do Campo Grande News
A polícia disse que ao ir até a casa do militar no domingo (6.fev), ele disse que a esposa havia ido embora. Apesar disso, ao falarem com a filhinha de Natalin, a criança disse: “Mamãe passou mal, papai levou para o hospital e ela morreu”. Horas antes a polícia, porém, havia encontrado o corpo de Natalin com o pescoço quebrado às margens da BR-060. Assim, o militar se tornou o principal suspeito.
A criança disse ainda que viu o pai chorar e guardar o celular da mãe em cima do guarda-roupas. No local, os policiais encontraram uma bolsa preta com os documentos de Natalin e dois celulares.
No dia seguinte, segunda (7.fev), Tamerson foi para o trabalho na Base-Aérea e lá os policiais foram o buscar para ser feito o auto de prisão na Deam. Naquela segunda-feira, muito nervoso, Tamerson começou a se contradizer. Na madrugada, na Deam, ele admitiu ser o assassino da mulher. A polícia diz que ele só ficou preso pelo crime de ocultação de cadáver, já que é crime que não compreende flagrante.
Fonte: MSNOTICIAS
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