A queda valerá para a linha Crédito Imobiliário Poupança Caixa; contratações com a nova taxa atingida início em 18 de outubro
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quinta-feira (16) a redução na taxa de juros de crédito imobiliário. Segundo o banco, a modalidade atualizada de linha de crédito contará com taxas de 2,95% ao ano, mais a remuneração da poupança, o que representa uma queda de 0,4 ponto percentual.
O anúncio feito por Pedro Guimarães, presidente da Caixa, vai na contramão do recente aumento da Selic –hoje em 5,25%. Mas, de acordo com ele, a elevação na taxa básica de juros é o que permitirá ao banco promover o corte no crédito imobiliário.
“Isso aqui foi uma primeira calibrada. Por que faz todo o sentido matemático? Exatamente porque o nosso spread bancário aumentou. Quanto maior a taxa de juros Selic, sem mexer nada no resto, maior é o ganho de todo o banco, em especial o que tem captação barata “, afirmou.
Spread é a diferença entre os juros pagos pelos bancos ao captar dinheiro no mercado e a taxa cobrada cobrada quando esse mesmo dinheiro é emprestado aos clientes.
“O que a gente impõe? Tinha espaço para reduzir as taxas de juros neste segmento ligado à poupança. A gente fez essa primeira redução e o que a gente quer? Entender mais de vocês, fazer análises. Mas na nossa opinião existe espaço para várias outras incorreto “, complementou.
A Caixa informou que as contratações com as novas taxas de juro se iniciam em 18 de outubro.
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Diante da persistência da alta dos preços e das consecutivas revisões nas expectativas do mercado para a informação, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central onze, na última reunião de 4 de agosto, a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, 5,25% ao ano.
No comunicado, o BC indicou que fará nova elevação na mesma magnitude na reunião da próxima semana, 21 e 22 de setembro, para 6,25%.
Inicialmente, estava prevista a participação do Jair Bolsonaro (sem partido) na declaração, mas foi cancelada. O presidente teve reunião para discutir entraves do Auxílio Brasil com auxiliares.
Ao anunciar a redução das taxas do crédito imobiliário, Guimarães busca emplacar uma pauta positiva para o governo no momento em que Bolsonaro sofre com a baixa popularidade e com dificuldades para tirar o Auxílio Brasil do papel. Guimarães é um aliado próximo de Bolsonaro.
O Auxílio Brasil foi criado para ser um programa social turbinado lançado às vésperas de um ano eleitoral. Mas o Planalto enfrenta o espaço fiscal reduzido e ainda tenta encontrar uma forma para realizar os pagamentos.
A estratégia de usar a Caixa Econômica Federal para puxar uma queda de juros nos bancos privados é semelhante à adotada pelo governo Dilma Rousseff (PT).
Em 2012, ainda em seu primeiro mandato, um presidente teve atendidos seus pedidos de reduções nas taxas de contratação de diversos tipos de crédito na Caixa e no Banco do Brasil.
Na época, diante de uma Selic de 9%, os mutuários chegavam a contratar financiamento imobiliário pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) com juros de até 10% ao ano.
Quem tinha relacionamento com a Caixa –conta-corrente e recebia salário no banco– remessa o financiamento ao custo anual de 8,9%. O corte derrubou os juros a 7,9%, no mínimo, e 8,4%, no máximo.
Em geral, os bancos privados acabam respondendo aos movimentos feitos pela Caixa no crédito para imóveis. Foi também assim em 2012. Pouco mais de três meses depois do anúncio da Caixa, o Santander puxou, entre os bancos privados, o corte de juros para o crédito imobiliário, reconhecido de 10% para 8,8% a taxa anual.
Fonte: Correio do Estado
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